Arquivo do mês: fevereiro 2013

Precisamos falar sobre o Oscar

Peço licença pra falar de um assunto meio banal, meio fora de contexto, mas estou realmente precisando dar a minha opinião sobre essa ultima edição do Oscar (24/2) que me incomodou em diversos aspectos e também me deixou muito contente em outros. Então vamos lá:
Nunca estive tão ansioso para um Oscar como estive esse ano, as lista de indicados transborda filmes incríveis (mesmo com as injustiças claras e declaradas, como The Master não estar concorrendo como melhor filme, ou Paul Thomas Anderson não estar concorrendo como melhor diretor e até mesmo por superestimar Les Miserables e deixar Leonardo DiCaprio fora da disputa de melhor ator) contava os dias e tinha certeza que esse ano sim, o Oscar não me decepcionaria. Me enganei, não completamente, mas fui dominado pela decepção.
O Oscar deixou claro que gosta de filmes grandiosos, com divas e galãs que fazem a indústria do cinema girar. Com os números de musicais e grandes cantoras no palco provou que o show vale mais que o próprio cinema. A piada do apresentador, os vestidos das atrizes e o tombo de Jennifer Lawrence é que tomam as manchetes de jornais e revistas.
Esse ano a premiação repetiu o erro vergonhoso que foi o de 99, dar a estatueta de melhor atriz para uma atriz americana, jovem queridinha e não para uma atriz estrangeira mais madura e com um nível de atuação muito superior a sua concorrente.
Emmanuelle Riva fez a atuação de sua carreira, uma atuação visceral e única e Jennifer Lawrence atuou bem, apenas bem. Respeito a Lawrence e realmente gosto dela, mas queria vê-la ganhando por merecimento.
Riva completou 86 anos no dia da cerimônia de premiação e o Oscar perdeu a chance de homenagear essa grande atriz, que foi importantíssima para o cinema frances (sua interpretação em Hiroshima mon amour é puro delírio e em Amour beirou a perfeição) Uma pena.
Outra coisa que me incomodou (mas não me decepcionou) foi Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman não terem levado nem uma estatueta pra casa. O que eles fizeram em cena foi no mínimo sublime, mas os ganhadores (Daniel Day-Lewi e Christoph Waltz) são dignos de muitos prêmios.
O ponto alto da noite, aquele que valeu todos os sofrimentos, foi ver Ang Lee levando o melhor diretor. Não me aguentei e tive que pular de alegria.
O resto foi uma premiação que merecia como trilha sonora No Surprises do Radiohead. Não que isso seja ruim, foi tudo como se mandava o figurino, como os sites de cinema previam. No final ficou um gosto meio agridoce na boca, que não sei ainda se é bom ou ruim.

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